A segurança pública, uma das principais bandeiras do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), tornou-se foco de um novo embate entre governadores de oposição e o governo federal. O motivo é o decreto publicado no final de 2024, que modifica as diretrizes de atuação das forças policiais no Brasil.

Durante entrevista à TV Jovem Pan, Caiado classificou o decreto como “uma dose enorme de chantagem”, ao centralizar no governo federal a definição dos Procedimentos Operacionais Padrão (POP). Para o governador, esses procedimentos já são rotina nas polícias e não trazem inovação.

“O que esperávamos era um decreto robusto para enfrentar o crime organizado, com acesso ao Coaf, mais informações para as polícias estaduais, construção de penitenciárias e equipamentos como drones. Mas recebemos algo demagógico”, criticou Caiado.

Governadores Unidos em Oposição

Caiado mencionou que outros governadores, como Mauro Mendes (MT), Ratinho Junior (PR), Romeu Zema (MG) e Tarcísio de Freitas (SP), também se posicionaram contra o decreto. Três dias após sua publicação, os governadores divulgaram uma nota conjunta pedindo a revogação do documento.

Além disso, Caiado criticou as restrições impostas pelo decreto, que prevê a suspensão de repasses do Fundo Penitenciário e do Fundo de Segurança Pública para estados que não cumprirem as normas. “Isso não constrói. Estão tentando demonizar a figura do policial”, declarou.

Críticas à Força Nacional e Foco no Crime Organizado

O governador também atacou a eficácia da Força Nacional, citando como exemplo sua atuação no Rio de Janeiro, onde em um ano foram apreendidas apenas uma arma e 10 mil carteiras de cigarro. Para Caiado, o foco deveria estar em unidades especializadas para combater organizações criminosas altamente armadas.

“O decreto é algo demagógico, sem resultado prático e que tenta comprometer a imagem do policial”, concluiu o governador.